
O corpo sabe reconhecer o erotismo, mas como expressá-lo? Como explicá-lo através do cinema? O ciclo Cinema Erótico – Desafiando os Limites confronta esta questão ao longo de 20 filmes e um cine-concerto que desafiam convenções e expõem os recessos mais profundos dos desejos humanos. Não é apenas a busca pelo prazer: é a exploração da identidade, dos limites morais e do confronto com o que é tabu.
Entre os destaques do ciclo, algumas sessões terão conversas com realizadores, proporcionando uma oportunidade rara de aprofundar os temas abordados nos filmes. David Cronenberg estará presente em Crash (1996), para discutir o fetichismo que une desejo e tecnologia numa experiência disruptiva. Adina Pintilie, após a exibição de Não me Toques (2018), criará um espaço de reflexão sobre o impacto do toque e da vulnerabilidade, temas centrais no seu filme que desafiam as noções tradicionais de intimidade. Mario Martone também marcará presença com O Odor de Sangue (2004), numa conversa sobre o fascínio por paixões arrebatadoras e desejos destrutivos.
Entre os outros momentos altos do ciclo, está a exibição de Les Vampires (1915), de Louis Feuillade, em sessões especiais com cine-concerto pela Rodrigo Amado Unity, oferecendo uma experiência imersiva a este clássico.
Entre outros filmes exibidos, encontramos clássicos como A Bela de Dia (1967), de Luis Buñuel, com Catherine Deneuve como a dona de casa que explora a sua sexualidade através de um trabalho como prostituta. Em Betty Blue (1986), de Jean-Jacques Beineix, a intensidade emocional e o erotismo encontram uma sinergia explosiva, capturando o amor obsessivo em toda a sua crueza. O controverso Calígula - The Ultimate Cut (2023), de Tinto Brass, também estará em exibição, oferecendo uma visão sobre os excessos e as perversões da Roma Antiga.
Com curadoria de Denis Ruzaev e Ines Lopez Branco, este ciclo é uma jornada pela evolução do erotismo na história do cinema, destacando cineastas de renome cujas visões atravessam o sensual, o violento e o profundamente perturbador.