Com a presença do cineasta.


Nascido em Bucareste, na Roménia, em 1967, Cristi Puiu é um artista, realizador, argumentista e produtor.


Em 2001, realiza a sua primeira longa-metragem, Marfa si banni - Stuff & Dough. Três anos depois, funda a produtora Mandagrora, em conjunto com a sua mulher, Anca Puiu, também realizadora, e Alex Munteanu, produtor. Em 2005, a Mandragora assina a sua primeira produção e a segunda longa-metragem de Cristi Puiu, A Morte do Sr. Lazarescu. É com este título que o realizador marca presença pela primeira vez nos festivais internacionais de classe A, directamente para o Festival de Cannes – e a sua entrada não podia ser mais aclamada: A Morte do Sr. Lazarescu vence o Prémio de Melhor Filme na Secção Un Certain Régard.


A sua terceira longa-metragem, Aurora, estreou-se igualmente na secção Un Certain Regard do Festival de Cannes, em 2010, e integrou a Competição do Estoril Film Festival.


A obra de Cristi Puiu rege-se pela sua constante reflexão sobre os valores morais e as conceptualizações filosóficas, e é pautada pelas referências à literatura e por uma busca libertária das fronteiras do savoir-faire cinematográfico, assim como da própria condição humana.


O seu mais recente filme, Malmkrog (2020), é, simultaneamente, um marco e um regresso: um marco por ser a estreia do realizador no Festival de Berlim com uma longa-metragem, como filme de abertura da nova secção Encounters; um regresso porque é, em si mesmo, uma revisitação aprofundada (e pensada de raiz como um objecto cinematográfico) do romance de Vladimir Solovyov. O argumento, que foi escrito em 2011 é um drama de época passado na Transilvânia do século XX, assente nas discussões de um grupo de intelectuais, conhecidos entre si, que mergulham tanto nos mais intrincados conceitos, como nos mais básicos. Na sua estreia em Berlim, Malmkrog foi aplaudido pela crítica internacional como mais uma obra-prima do realizador romeno.