Herberto Helder disse: “Eu penso que a memória entra pelos olhos”, "(memória, montagem)". E se “todos os filmes são também uma soma de muitas memórias [...] muitas memórias nascem através dos filmes” – Wim Wenders. Que acrescentou: “O cinema criou também, ele próprio muitas memórias.”

Para que as memórias do cinema possam continuar a “entrar-nos pelos olhos”, o restauro dos filmes é fundamental. E de há umas décadas para cá, uma preocupação de muitos realizadores, à cabeça Scorsese e Wenders.

Há um festival que lhes é dedicado, Il Cinema Ritrovato, e os festivais e as salas programam cada vez mais “clássicos restaurados”, dando uma nova vida aos filmes.

No LEFFEST'23 escolhemos quatro obras exemplarmente restauradas: dois filmes de Ozu, de quem se celebra, a partir do próximo mês, o 120º aniversário (“Se houvesse qualquer coisa como o santuário do cinema, isso seria a obra do realizador japonês Yasujiro Ozu” – ainda Wenders), os filmes de Man Ray, agora juntos pela música dos Sqürl (a banda de Jim Jarmusch e Carter Logan), e, resgatado das cinzas (a película original foi danificada num incêndio), L’Amour fou de Jacques Rivette, miraculoso restauro de uma das mais belas obras da Nouvelle Vague, uma das obras-primas do cinema francês.

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