Depois de No Céu Tudo É Perfeito (1977), O Homem Elefante (1980) e Duna (1984), a quarta longa-metragem de David Lynch - um dos mais paradigmáticos realizadores da História do Cinema - é considerada por muitos a sua obra-prima, já que é, possivelmente, aquela que reflecte de forma mais próxima e vivaz a imaginação delirante e o estilo visual inconfundível do cineasta.
Blue Velvet/Veludo Azul provou ser uma experiência surrealista e excêntrica absolutamente inédita para o público da época. Aliando uma narrativa extremamente linear à criação de uma atmosfera magnética, sublinhada por um tom inconstante que alterna momentos de humor e inocência com a exibição de cenas de sexualidade crua e de violência sórdida, o filme suscitou reacções de choque e fascínio em igual medida, e discussões acesas que perduram até aos dias de hoje.