A artisticamente ousada actriz espanhola Marisa Paredes trabalhou com inúmeros realizadores reconhecidos internacionalmente, mas a sua fama advém da sua colaboração, ao longos dos anos, com o realizador Pedro Almodóvar. Natural de Madrid, Marisa Paredes estava a estudar representação no Conservatório de Artes Dramáticas quando iniciou a sua carreira profissional nos anos sessenta.


Fixando o seu nome como actriz na televisão espanhola, no palco e no cinema durante os anos sessenta e setenta, Paredes começou a atrair atenção internacional a partir de 1980. Depois de participar no filme Sus Anos Dorados (1980) e na comédia de Fernando Trueba Ópera Prima (1980), Paredes fez, pela primeira vez, parte do elenco de um filme de Pedro Almodóvar, Negros Hábitos (1984).


Entre outros trabalhos da actriz nos anos 80, Marisa Paredes recebeu o prémio Onda Madrid pela sua performance como esposa de um médico nazi num campo de concentração em Tras El Cristal (1985). Em 1991, a actriz recebeu ainda mais elogios, ao interpretar a actriz desequilibrada e potencialmente assassina Becky, no filme Saltos Altos de Pedro Almodóvar. Solidificando a sua proeminência internacional, Paredes trabalhou durante os anos 90 em produções francesas, mexicanas, italianas e espanholas. Depois de trabalhar com Philippe Lioret em Tombés du Ciel (1993), regressou ao universo de Almodóvar, interpretando a perturbada escritora Leo Macías no filme A Flor do Meu Segredo. Participou em Três Vidas e Uma Morte, um filme do inovador realizador chileno Raoul Ruiz, onde interpretou o papel de ex-mulher de Marcello Mastroianni. Em 1997, interpretou a sogra de Roberto Benigni na comédia dramática A Vida É Bela, filme premiado com os Óscares de Melhor Actor, Melhor Música Original e Melhor Filme Estrangeiro. Depois de adicionar uma produção americana ao seu currículo com O Poder da Paixão (1998), Paredes volta a colaborar com Almodóvar no aclamado filme Tudo Sobre A Minha Mãe, em 1999, onde interpreta a actriz temperamental e apaixonada Huma Rojo.


A consistente excelência do trabalho de Marisa Paredes fez dela vencedora de um prémio Goya em 1996. Em 2000, foi membro do Júri no Festival de Berlim, e entre 2000 e 2003 foi presidente da Academia das Artes e das Ciências Cinematográficas de Espanha. A sua última participação num filme de Almodóvar foi em 2011, em A Pele Que Habito, exibido e premiado em inúmeros festivais de cinema, nomeado para a Palma de Ouro no Festival de Cannes e vencedor de quatro prémios Goya.