Adolfo Luxúria Canibal é o pseudónimo artístico de Adolfo Morais de Macedo, nascido em Luanda, Angola. Licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, exerceu advocacia até 1999 e é consultor jurídico.


Foi fundador, vocalista e compositor dos grupos Auaufeiomau (1981-1984), PVT Industrial (1984) e Mão Morta (desde 1984). Com os Mão Morta gravou mais de uma dezena de álbuns de originais, entre eles o sucesso Mutantes S.21 (1992), Primavera de Destroços (2001), ou o mais recente álbum da banda, No fim era o frio (2019), composto originalmente para a peça homónima que a coreógrafa Inês Jacques criou em conjunto com a banda e que foi apresentada este ano no festival Guidance. Luxúria Canibal também concebeu espectáculos multimédia e participou como actor numa série para televisão.


Autor de textos e crónicas dispersas por jornais, revistas e rádios, editou os livros Rock n’ Roll, Estilhaços e Todas as ruas do mundo, o livro-objecto artístico Desenho Diacrónico em conjunto com Fernando Lemos, e acaba de lançar este ano o conjunto de crónicas Garatujos do Minho e a antologia poética No Rasto dos Duendes Eléctricos. O músico multifacetado, que é uma figura influente da cultura Portuguesa, traduziu autores como Heiner Müller e Vladimir Maiakovski, participou como vocalista e letrista em diversos discos e espectáculos de mais de uma dezena de grupos e artistas, tanto Portugueses como estrangeiros, como Pop Dell'Arte, Clã, Moonspell, WrayGunn, Houdini Blues, Pat Kay & The Gajos e Steve MacKay, e fez ainda parte do grupo francês Mécanosphère (2000-2009), do qual foi vocalista.


Mão Morta


O grupo Mão Morta foi criado em 1984 em Braga por Joaquim Pinto, Miguel Pedro e Adolfo Luxúria Canibal. Em 1986, a banda ganha o Prémio Originalidade no III Concurso de Música Moderna do Rock Rendez-Vous, o que lhe traz as primeiras críticas positivas da imprensa. É convidado para a primeira parte de grupos estrangeiros como Gun Club, Wire ou Nick Cave e começa a rodar por todo o país. Grava o seu primeiro disco, homónimo, em 1988, e este é entusiasticamente recebido, nomeadamente por personalidades como Nick Cave ou Jello Biafra (Dead Kennedys). Em 1993 edita Mutantes S.21, que se torna um êxito, e assina com a BMG. O seu mais recente álbum, No Fim Era o Frio, editado em 2019, junta-se aos outros 19 álbuns da sua discografia, grande parte deles sistematicamente incluídos nos diversos balanços dos melhores discos de sempre da música portuguesa.