Nome maior da história da literatura em língua alemã, Peter Handke (romancista, dramaturgo, poeta e ensaísta) tem, desde há muito, uma forte ligação ao cinema. Para além da sua estreita e rica colaboração com Wim Wenders – iniciada em 1969 com a curta-metragem Drei amerikanische LPs e que continua em 2016 com Os Belos Dias de Aranjuez, passando pela adaptação do seu próprio romance em A Angústia do Guarda-Redes no Momento do Penalty (1972) e pelos argumentos originais para Movimento em Falso (1975) e As Asas do Desejo (1987) – Handke escreveu e dirigiu quatro filmes: Chronik der Laufenden Ereignisse (1971), A Mulher Canhota/Die Linkshändige Frau (1978), Das Mal des Todes (1985) e A Ausência (1992).


O Programa dedicado a Peter Handke no 10º Lisbon & Estoril Film Festival inclui o raramente visto Chronik der Laufenden Ereignisse, a sua secreta obra-prima, A Mulher Canhota, a exibir em versão restaurada e Peter Handke: In The Woods, Might Be Late (2016) de Corinna Belz, um retrato íntimo de Handke, desde que irrompeu no meio literário até à vida actual nos subúrbios de Paris.