Nascida em Buenos Aires, Martha Argerich, uma criança-prodígio, começou a ter aulas de piano aos 5 anos e aos 16 anos ganhou os seus primeiros prémios em concursos internacionais de piano. Com 24 anos, foi vencedora da VII Competição Internacional de Piano Frédéric Chopin, uma das mais prestigiadas do mundo, consolidando definitivamente a sua carreira internacional. Actualmente, é aclamada como uma das mais importantes pianistas da sua geração.


O seu reconhecimento mundial contrasta, todavia, com o recato da sua vida íntima e familiar. Três vezes casada e mãe de três filhas, Annie Dutoit, Lyda Chen e Stéphanie Argerich, Martha Argerich - de reconhecida resistência ao mediatismo e à exposição pública - deixa-se retratar de forma sincera e espontânea no seu quotidiano, pela sua filha mais nova, Stéphanie, fotógrafa e realizadora.


Bloody Daughter é, assim, simultaneamente, o fruto de um olhar familiar e intimista sobre os seus pais, Martha Argerich e Stephen Kovacevich, também ele um nome fundamental no universo da música clássica, e um gesto autobiográfico, que reflecte com emoção sobre o seu próprio lugar no clã Argerich e sobre os temas delicados que o perpassam: o estrelato, a maternidade, a loucura e a alegria de uma família excepcional imersa na arte e na música.


“”Bloody daughter
O que corre nas tuas veias? Onde fica a tua dor?
Não sei, mas às vezes dói. Não sei, mas às vezes dou conta
De que estou a envelhecer…
E continuo a ser uma rapariga tonta…”