André Saraiva é um artista visual de origem portuguesa que iniciou a sua carreira nos anos ‘80 a espalhar graffitis pelas ruas de Paris. Através do seu "alter-ego", Mr. A., representado pelo desenho de uma cara redonda com um grande sorriso e um piscar de olho, e de um estilo assente num peculiar e monocromático tom de cor-de-rosa, tornou-se conhecido em todo o mundo. Entre os seus projectos mais populares contam-se os “Love Graffitis”, tags de nomes de pessoas cujas histórias de amor são partilhadas com André nas redes sociais, e que este imortaliza nas ruas.
Para além do mundo da “street art” - apareceu no filme Exit Through the Gift Shop, realizado pelo artista britânico Banksy - André estendeu a sua influência não só ao mundo da música e da noite, transformando a vida nocturna de grandes metrópoles através da criação de ambientes românticos e utópicos nas suas discotecas Le Baron (Paris, Nova Iorque ou Tóquio), Le Bain (Nova Iorque) e Castel (Paris) mas também ao mundo da moda e aos produtos de luxo, tendo colaborado com marcas como Louis Vuitton, Moet & Chandon, Chanel, Fendi, ou Cartier - uma transgressão dos lugares-comuns que remetem o graffiti e a street art a uma posição marginal, no interior de uma subcultura. É ainda editor da revista L’Officiel Hommes, e concebeu dois hotéis boutique em Paris, o Hôtel Amour e o Grand Amour Hôtel, na icónica zona de Pigalle, e um restaurante em Nova Iorque, o Café Henrie.
Mantendo o seu estilo próprio, André Saraiva tem ainda enveredado por outras áreas artísticas, como a instalação, a pintura, a serigrafia, a curta-metragem e o vídeo. As suas obras foram exibidas em museus de todo o mundo, como o Palais Tokyo (Paris), Maison Kitsuné (Tóquio), Museum of Contemporary Art (Los Angeles), Circle Culture Gallery (Hamburgo), Anonymous Gallery (Cidade do México).
Em Portugal, organizou uma enorme instalação no Museu do Design e da Moda em 2014, expondo cerca de 200 peças. Muito recentemente, inaugurou uma exposição no Jardim Botto Machado, perto do Panteão Nacional, de novo em parceria com o MUDE. Trata-se de um mural de 46000 azulejos pintados à mão, uma “reinterpretação” da cidade de Lisboa.