Quem é Michel Khleifi? Um cineasta nascido em Nazareth (ele também) há trinta e sete anos, e radicado na Bélgica desde 1970. O seu segundo filme, Noces en Galilée, acaba de ser exibido na Quinzena dos Realizadores. O seu primeiro (La Mémoire fertile, 1970) era já muito bom. Este é belo. É o filme do dia. É também o primeiro filme palestiniano "do interior" na história do cinema. Não é militante, esteta ou maniqueísta, é simplesmente um filme. Mas que não abre mão do essencial: que a Palestina, terra ocupada, não é uma coisa qualquer. Que a vida dos seus habitantes não pode ser amputada das suas contradições e da sua sensualidade. No cansado grupo de cineastas árabes que se desgastaram ao conciliar arte e envolvimento, Michel Khleifi destaca-se como o mais recente pequeno romântico, utópico até, que acredita que é necessário filmar. Teve apenas que resistir no que toca a um ponto: "A função de um cineasta não é fazer propaganda, mas observar de forma justa uma situação e personagens justos." Fácil? Na verdade não, quando se é belga-palestino. Difícil quando se é cineasta (é a ideia do "olhar" que foge no cinema). É por isso que, depois de Lumière de Cissé, o Libération tem o prazer de nos lembrar o que ninguém nega: que o cinema é belo quando serve de diálogo entre os povos. Não mas...
- Duração: 113’
- Ano de produção: 1987
- País: BE, FR, DE
- Idioma: AR, HEB, TR Legendas: EN
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Sala 2 |
Preço: 6,00 € |
Festival de Cannes 1987 – Quinzena dos Cineastas – Prémio FIPRESCI
Festival de San Sebastián 1987 – Concha de Ouro