Sarah Maldoror nasceu em 1939 filha de mãe francesa e de pai natural da Ilha Marie Galante (Arquipélago de Guadalupe). Em 1956, fundou em Paris o grupo de teatro “Les Griottes”, que, através de adaptações de Sartre e Aimé Césaire, trabalhava o conceito de a “negritude”. Mais tarde, ganhou uma bolsa concedida pela antiga URSS na Guiné Conacri, e foi estudar na Academia de Cinema de Moscovo. Lá, conheceu Ousmane Sembène, que alguns consideram ser o “pai” do filme africano. Entretanto, como em Paris conhecera o nacionalista angolano Mário Pinto de Andrade, Maldoror inicia-se na luta pela independência das colónias africanas e acompanha os primórdios do MPLA. O seu primeiro filme, intitulado Monagambée, de 1968, examina técnicas de tortura utilizadas pelos franceses na guerra da Argélia, e foi seleccionado para a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes em 1971. Foi logo no ano seguinte que Maldoror realizou a sua obra mais emblemática, Sambizanga (1972), filmada no Congo, que retrata a prisão do activista revolucionário Domingos Xavier pela polícia secreta portuguesa, do ponto de vista da mulher que procura pelo marido preso.