PODE A ARTE SER AINDA SUBVERSIVA?
Futurismo, dadaísmo, surrealismo, situacionismo: o século XX ocidental terá feito da subversão (política, social e estética) um dado incontornável do pensamento, da arte e da acção. É preciso admiti-lo: a subversão tornou-se uma das figuras obrigatórias da nossa época. Esta ideia acabou por fazer jurisprudência, ao ponto de ser retomada e incorporada por todos os « dispositivos de poder » (mercado, publicidade, instituições culturais e museológicas), incluindo os piores (neofascismos, integrismos). « Se queremos que tudo fique igual, é preciso que tudo mude »*: esta fórmula do Leopardo soa, a este respeito, como um aviso.
O simpósio tentará questionar as implicações desta « retoma/recuperação ». Procurará sobretudo averiguar se, através de práticas contemporâneas (teóricas, cinematográficas, romanescas, artísticas), é ainda possível hoje entrever e promover um pensamento e uma acção artísticos, colocando em jogo intensidades rebeldes a todas as formas de autoritarismo.
Marie-Laure Bernadac e Bernard Marcadé, curadores do simpósio
*«Se vogliamo che tutto rimanga come è, bisogna che tutto cambi.»
Com curadoria de Marie-Laure Bernadac, conservadora geral honorária, encarregada da arte contemporânea do Museu do Louvre, e Bernard Marcadé, crítico de arte, professor de Estética e de História da Arte na École Nationale Supérieure d’Arts de Paris-Cergy e comissário de exposições independente, o simpósio terá como convidados Adolfo Luxúria Canibal (músico), Antoine d’Agata (fotógrafo), Bette Gordon (realizadora e professora), Deborah de Robertis (artista performativa e fotógrafa), Donatien Grau (crítico e escritor), Geneviève Fraisse (filósofa e historiadora), Laure Adler (jornalista, ensaísta e produtora), Noel Godin (escritor, crítico e actor) e Raquel André (actriz e encenadora).
Será acompanhado por um ciclo de filmes.