Malak Mattar, nascida em 2000, é uma prodigiosa artista originária da faixa de Gaza. A sua prolífica obra artística retrata a experiência da mulher palestiniana, e constitui simultaneamente um testemunho carinhoso e evocativo sobre a vida em Gaza, e uma sublimação dos traumas vivenciados sob as violentas pressões israelitas na região.


Aluna de excelência, Malak cresceu numa família ligada às artes visuais e musicais. Ainda assim, relembra Gaza como um local de tristeza e aflitiva destruição, onde aviões militares e fugas de emergência pontuaram o seu dia-a-dia escolar. Aos 13 anos, e após um marcante ataque israelita que durou cinquenta e um dias no qual a sua vizinha foi assassinada, Malak começou a pintar em aguarela. A artista admite «não pintar apesar da guerra, mas por causa dela», alegando pressentir a importância de um trabalho documental num momento tão violento.


Devido às constrições geográficas do bloqueio de Gaza, Malak começou por partilhar o seu trabalho online - mas este rapidamente ganhou o apreço internacional. Já fez centenas de pinturas, expostas em países como o Reino Unido, Holanda, Palestina, Alemanha e Estados Unidos, em conceituados locais como a US House of Representatives, o Museum of Palestinian People, em Washington DC, ou o Cultural Center de Nova Iorque. Na sua obra, destaca principalmente as mulheres da Palestina contemporânea, envoltas em simbólicos bordados tradicionais e em momentos íntimos, sonhados ou evocativos da sua cultura nativa quando em paz. Abundantemente expressiva e colorida, a sua obra figurativa contrapõe-se à tensa opressão local - de onde a artista emigrou para prosseguir estudos em Política Internacional, em Istambul.


Malak é também autora de Sitti’s Bird, um livro infantil sobre a sua história de vida e crescimento na faixa de Gaza, e tem realizado digressões internacionais enquanto oradora. Artistas palestinianas como Mona Hatoum e Tamam Al Akhal são importantes referências para a sua resiliência artística neste ambiente de prevalente medo - em que a arte, enquanto forma de expressão emocional, evoca a sua desejada liberdade.