Krystian Lupa, nascido em 1943, na Polónia, é encenador, dramaturgo, cenógrafo, tradutor e pedagogo. Tendo começado os seus estudos em física, ingressou depois em artes gráficas e só mais tarde mergulhou no mundo do teatro e do cinema.
A peça Rzéznia (1976), da autoria de Slawomir Mrozek, foi a sua primeira estreia enquanto encenador. Desde então, tem encenado e produzido numerosas peças, algumas a partir de textos da sua autoria (Factory 2, Persona. Marilyn e Le Corps de Simone), outras adaptadas de autores estrangeiros (de Tchekhov e Dostoievski a Bernhard e Rilke), todas pautadas por um interesse profundo pela condição humana e pelas contrariedades que irrompem na sua interação com o mundo. Tendo Swinarski, Kantor e Jung como seus mestres, Lupa desenvolveu um método de trabalho singular, de grande organicidade e exigência com os atores e a cena, mais tarde designado pelos seus pares como Ensaios de Laboratório (‘Laboratory Rehearsals’).
Em 2017, começa a sua relação com Kafka com a encenação de Proces. Uma peça de longa duração (cerca de 4h30), baseada no romance homónimo de Kafka (e noutros excertos da sua correspondência e dos seus Diários), que foi apresentada pela primeira vez ao público a 15 de novembro do mesmo ano, no Teatro de Varsóvia, tendo depois passado por festivais em França, na Áustria, na China e na Rússia. Acerca da urgência e da pertinência do projecto, diz Lupa: “Perante esta crise dos valores europeus e a ameaça à liberdade individual, queremos que este espetáculo seja uma voz comum para o futuro”. No início de 2024, a sua peça Les Emigrants, baseada no livro homónimo de W. G. Sebald, foi estreada no Teatro Nacional do Odéon, no que constitui uma “exploração do poder destructivo da humanidade”.
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