Encenador, Realizador

Jorge Silva Melo é director artístico da companhia de teatro Artistas Unidos, actor, dramaturgo, encenador e realizador. Estudou na London Film School. Fundou e dirigiu, ao lado de Luís Miguel Cintra, o Teatro da Cornucópia, entre 1973 e 1979. Bolseiro da Fundação Gulbenkian, estagiou em Berlim junto de Peter Stein, e em Milão junto de Giorgio Strehler. Acompanhou de perto a acção cinematográfica da geração que o antecedeu e a das que lhe sucederam. João César Monteiro convida-o, após ler uma crítica sua no Diário de Lisboa/Juvenil, para assistente no seu filme Sophia de Mello Breyner Andresen. Trabalha, com a mesma função, no filme seguinte do realizador, Quem Espera Por Sapatos de Defunto Morre Descalço, e no filme Pousada das Chagas de Paulo Rocha. É actor em Silvestre, de César Monteiro, em A Ilha dos Amores, de Paulo Rocha, no filme Acabada de João Botelho e ainda em O Sapato de Cetim de Manoel de Oliveira. É argumentista em O Desejado, também realizado por Paulo Rocha, em Xavier de Manuel Mozos, entre outros. É autor do libreto de Le Château des Carpathes (baseado em Júlio Verne) de Philippe Hersant, das peças Seis Rapazes Três Raparigas, António, Um Rapaz de Lisboa, O Fim ou Tende Misericórdia de Nós, Prometeu, Num País Onde Não Querem Defender os Meus Direitos, Eu Não Quero Viver (a partir de "Michael Kohlhaas" de Heinrich von Kleist), Não Sei (em colaboração com Miguel Borges) e O Navio dos Negros. Fundou, em 1995, a sociedade Artistas Unidos na qual é, actualmente, director artístico. Realizou as longas-metragens Passagem ou A Meio Caminho (1980), Ninguém Duas Vezes (1984), Agosto (1988), Coitado do Jorge (1992), António, Um Rapaz de Lisboa (2001), e a curta-metragem A Felicidade (2009). E ainda os documentários Conversas com Glicínia (2004), Conversas em Leça em Casa de Álvaro Lapa (2006), Nikias Skapinakis: O Teatro dos Outros (2008), Álvaro Lapa: A Literatura (2008), A Gravura: Esta Mútua Aprendizagem (2008), António Sena: A Mão Esquiva (2009) e Ângelo de Sousa: Tudo o que sou capaz (2010). Este ano, realizou o documentário Ainda Não Acabámos: Como Se Fosse Uma Carta, sobre o qual escreveu o seguinte: “Uma deambulação por meio século, sim, uma carta talvez. Viagens pela minha vida, podia chamar-lhe eu, que tanto gosto de Garrett. Um traveling como ele gostaria, uma história solta, memórias, projectos, encontros. Também porque, desde 1995, tenho feito vários retratos de artistas (Palolo, Bravo, Lapa, Skapinakis, Bartolomeu, Ângelo, Sena, Ana Vieira e preparo Sofia Areal e Fernando Lemos), comecei a pensar que é isso a minha vida, estes encontros, ver, ouvir, cortar, mostrar, provocar. Quero, com este filme continuar a mostrar o que vejo”. Traduziu ainda obras de Carlo Goldoni, Luigi Pirandello, Oscar Wilde, Bertolt Brecht, Georg Büchner, Lovecraft, Michelangelo Antonioni, Pier Paolo Pasolini, Heiner Müller e Harold Pinter. Em 2013, o LEFFEST dedicou-lhe uma retrospectiva, destacada numa publicação exclusiva intitulada O Cinema de Jorge Silva e Melo e os Sortilégios do Tempo. Em 2014, foi membro do Júri da Competição Oficial do festival, tendo também participado nas sessões de leitura, lendo excertos de Morro Como País do escritor e dramaturgo grego Dimítris Dimitriádis.